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Análise Contábil Antes do Fechamento do Balanço

Publicado em 15/09/2016

Caro leitor, olhe o que preparamos especialmente para você! Entenda de modo simplificado como fazer uma análise contábil e surpreenda-se!

 

Já fiz toda a escrituração contábil, assim como contabilizei a folha de pagamento, notas fiscais de entrada e saída. Mas, e agora?

 

Esse é um assunto um tanto quanto complexo, mas de estima importância aos “profissionais que pretendem fechar o próprio Balanço”. Abordaremos ao logo deste, técnicas de análise contábil, superficiais por sinal devido à sua complexidade, mas que serão de “grande valia” para os futuros Contadores.

 

Por onde começar?

 

Muitos contabilistas e atuantes da área contábil ainda se perguntam:

Por onde começo a análise contábil antes de fechar o “Balanço Patrimonial”? _ Me pegava fazendo essa mesma pergunta! Contudo, não existe, ainda, uma regra geral e/ou normas legais para isso.

Costumeiramente, sugere-se em começarmos pelas “Contas Patrimoniais” (grupos do Ativo e Passivo) da empresa. As contas do Ativo representam os Bens e Direitos enquanto as contas do Passivo representam as Obrigações. Ainda, no Balanço, observamos outro grupo, o Patrimônio Líquido, mais conhecido pela sigla P.L. Saberemos um pouco mais sobre esse terceiro grupo ao longo do contexto.

 

Preste muita, mas muita atenção na seguinte dica!

 

Para se “fechar o Balanço Patrimonial”, qualquer que seja ele, você NAO utilizará o próprio Balanço para isso. O quê? Como assim?

_ Isso mesmo, não precisará.

A ferramenta, ou, melhor dizendo, o Demonstrativo Contábil e Financeiro mais apropriado para analisar as informações contábeis como um todo, é o “Balancete de Verificação”.

Quanto ao Balanço, este é automaticamente preenchido mediante a inserção dos lançamentos contábeis no sistema. Digamos que o Balanço será o resultado fim e reflexo de seu trabalho!

 

Analisando as Contas Patrimoniais

 

Do Ativo

 

Visando que as contas do grupo do Ativo (Bens e Direitos) possuem características de origem devedoras, todas e quaisquer contas no Balancete de Verificação DEVEM apresentar saldos devedores (positivos) ou zerados, salvo exceção as contas de PCLD (Provisão para Credores de Liquidação Duvidosa) ou contas de depreciação, amortização e exaustão acumuladas, que assim como o PCLD, possuem saldos credores, e estas são conhecidas como contas redutoras do Ativo.

As contas que NAO estiverem nesses parâmetros, provavelmente, encontram-se erradas e passíveis de ajustes.

 

Do Passivo

 

Ao contrário do Ativo, as contas passivas (obrigações) possuem características credoras, exceto as contas de Deságio a Amortizar, Juros a Transcorrer e outras, que possuem saldo devedor, conhecidas como contas redutoras do Passivo. Portanto, as contas do grupo do Passivo DEVEM apresentar saldos credores (negativos) ou zerados.

Assim, do mesmo modo, as contas que NAO estiverem nesses conformes, também estão passíveis de ajustes.

 

As Contas de Resultado

 

Entende-se por contas de Resultado as Receitas, os Custos e as Despesas. Tais contas estão presentes no Balancete e, em paralelo, compõem o Demonstrativo do Resultado do Exercício, tão conhecido por DRE, também confeccionado automaticamente com base nos dados inseridos no software contábil.

O “confronto” dessas contas, ou seja, as Receitas subtraindo os Custos e as Despesas implicarão no “resultado líquido do exercício”, seja ele “Lucro ou Prejuízo”. O Lucro possui caráter credor (positivo) enquanto o Prejuízo é representado pelo saldo devedor (negativo). Somente o resultado desse confronto aparecerá no Balanço Patrimonial, especificamente no grupo do P.L. (Patrimônio Líquido).

Em algumas situações, em outras modalidades jurídicas (Isentas ou Imunes/cooperativas), os Lucros assemelham-se aos termos de “Superávit ou Sobras”. Já os Prejuízos podem ser entendidos por “Déficit ou Perdas” respectivamente.

 

Analisando as Contas de Resultado

 

As contas de Receitas DEVEM estar representadas com saldos credores. Os Custos e Despesas DEVEM estar compostos por saldos devedores. Contas “dedutíveis” (redutoras) da Receita DEVEM estar apresentadas por saldos devedores também.

São exemplos de Deduções da Receita (contas dedutíveis) as contas de: PIS/COFINS sobre o faturamento, ICMS, Devolução de Vendas, Serviços Cancelados, Simples Nacional entre outros.

Nos Demonstrativos Contábeis, as contas redutoras (negativas) normalmente estão representadas pela “simbologia (-)” que significa “saldo negativo”.

Ratificando as críticas anteriores que, caso as contas desse grupo de Resultado ora dividido em 03 (três) subgrupos (Receitas, Custos e Despesas) não estejam de acordo para com as colocações supras, eventualmente, haverá a necessidade de revê-las.

 

Patrimônio Líquido

 

O Patrimônio Líquido dispõe das seguintes contas:

  • Capital Social (Subscrito ou Integralizado);
  • Lucros ou Prejuízos Acumulados;
  • Reservas Legais (várias) e/ou Estatutárias;
  • Lucro ou Prejuízo do Exercício (resultante do confronto das contas de Resultado);
  • Lucros Distribuídos.

 

Todas as contas acima são de origem credora (saldo credor), exceto as contas de Prejuízos Acumulados, Prejuízo do Exercício e Lucros Distribuídos. Essas 03 (três) contas em referência possuem saldos devedores e são consideradas como “contas redutoras” do Patrimônio Líquido.

As “contas redutoras” são àquelas que “reduzem” as contas principais de cada grupo, podendo ser tanto devedora quanto credora.

 

E a análise contábil não termina por aí!

 

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Veja abaixo algumas e importantes recomendações

 

  • Verificar se o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) condiz com a regra/fórmula: CMV = EI+C-EF (Estoque Inicial + Compras – Estoque Final). Vide inventário;
  • O CMV assim como o CSV (Custo dos Serviços Vendidos) jamais podem ser superiores à Receita Bruta;
  • As depreciações precisam estar de acordo com a tabela de depreciação disponibilizada pela Receita Federal;
  • O saldo do Banco (conta Ativo) quando negativo, DEVE ser transportado ao grupo do Passivo, em conta específica (Banco Conta Garantia);
  • Analisar se foi utilizado do critério da Primazia da Essência sobre a Forma (ajustes das contas patrimoniais de acordo para com a realidade) se necessário;
  • Conciliar as Folhas de Pagamentos e, também as informações (valores) relativas ao setor fiscal quanto aos valores já escriturados na contabilidade;
  • O Ativo total subtraindo o Passivo DEVE ser igual ao Patrimônio Líquido.

 

Essas são algumas das técnicas de “análise contábil”, tão indispensáveis das quais precisam ser postas à prática antes de fechar quaisquer Balanços.

Qualquer profissional contábil “está apto” a fazer esse tipo de análise, basta, apenas, possuir os conhecimentos básicos da área.

 

Lembre que, estas são apenas “técnicas de análise contábil”. Servirá para o profissional perceber onde há possíveis erros, erros estes passíveis de correções.

 

Seja um Analista Contábil de sucesso!

 

Após fazer toda essa “análise” um tanto quanto minuciosa, mas de maneira simples, apontando os erros e estudando-os, o profissional contábil precisará solucioná-los, daí entendemos por “fechamento contábil”, o que diz respeito às “outras técnicas contábeis”, estas por sua vez, bem mais aprofundadas.

Mas nada impede que você faça somente a “análise contábil” de seu trabalho e delegue o “fechamento” a outro profissional, relatando-o sobre sua análise, pois, o fechamento exigirá do profissional responsável, “conhecimentos específicos”.

 

O profissional contábil, mesmo que iniciante, que se especializa e/ou domina essa prática (análise contábil), chega próximo a ser um “Analista Contábil”.

O “Analista Contábil” é o profissional que já possui certa experiência quanto aos “ajustes e fechamentos contábeis”. É um profissional já renomado da classe contábil, tão logo reconhecido por suas habilidades.

Sobre o Autor
• Juliano Lucio Santos da Silva • Contador • CRC n° SP-295043/O-2

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